Questões colocadas por ambientalistas
e respostas da Edia
1. Foram efectuados
estudos dirigidos objectivamente para a determinação
da existência de gravuras rupestres ao longo do Rio Guadiana
em território português?
Durante todas as fases de prospecção realizadas na zona
do Alqueva, mas em particular a partir de 1995 foi dada especial atenção
às zonas com potencialidade geomorfológica para a presença
de arte rupestre ("Bancos de xisto" por exemplo, ao longo
do Guadiana e afluentes). Apesar disso apenas foram detectadas algumas
rochas isoladas com as chamadas "covinhas" ou "fossetes",
pequenas covas produzidas normalmente por abrazão e de funcionalidade,
significado e cronologia muito controversa. Como prova da atenção
especial a esta problemática destaca-se ainda a descoberta
em 1996 (muito noticiada na altura) de 3 pequenos núcleos (quase
"invisíveis", tais as condições de
conservação) com algumas gravuras nas zonas da Agualta,
S. Cristóvão (Monsaraz) e Valadares (Luz), todos em
cotas não inundáveis. O núcleo de Valadares,
dada a sua relação espacial com vestígios de
um habitat próximo parcialmente inundável, foi já
objecto de registo e documentação. Os restantes núcleos
estão fora das competências de actuação
da EDIA.
Durante todas as fases de prospecção
realizadas na zona do Alqueva, mas em particular a partir de 1995
foi dada especial atenção às zonas com potencialidade
geomorfológica para a presença de arte rupestre ("Bancos
de xisto" por exemplo, ao longo do Guadiana e afluentes).
Por outro lado, a presença sistemática
na zona do Regolfo de dezenas de equipas de arqueologia desde 1997,
muitas das quais efectuaram aturados trabalhos de revisão de
dados de prospecção (ainda que não especificamente
orientados para a detecção de vestígios de "arte
rupestre") parecem contribuir ainda mais para um certo grau de
fiabilidade do conhecimento da zona.
2.Caso tenham
sido feitos teria interesse em ter acesso aos planos de estudos.
O relatório da documentação do conjunto
de Valadares está disponível para consulta, quer no
IPA quer no Núcleo de Património Cultural da DAP (Mourão).
3. Caso tenham
sido feitos tais estudos, quais as conclusões? Existem ou não
existem gravuras rupestres na área de regolfo da barragem?
A resposta está contida nas anteriores. Os dados actualmente
disponíveis apontam em zona inundável, apenas para o
conjunto de Cheles (Molino Manzanez). Mesmo na margem espanhola, para
além daquele importante núcleo actualmente claramente
bem delimitado (pela própria equipa de investigadores espanhóis
que além do registo da zona já conhecida, efectuou ainda
a exploração sistemática numa área envolvente
de 5 Km) nenhum outro foi referenciado pela equipa lusos-espanhola,
altamente experimentada, envolvendo mesmo técnicos que trabalharam
na zona do Côa e que efectuou a batida entre a Ponte da Ajuda
e a foz do Cuncos.
20 Abril 2001